quarta-feira, 24 de setembro de 2008


III Reich á brasileira

Blumenau - SC

Em 1935, o comerciante alemão Hans Henning von Cossel descrevia a então bucólica Blumenau, em Santa Catarina: "Quem pode compreender a sensação que se tem ao encontrar no coração da América do Sul uma cidade em que é difícil ouvir uma palavra em português, em que as casas lembram uma pequena cidade da Alemanha central? Vêem-se aqui e ali palmeiras, mas elas parecem deslocadas num lugar onde até os poucos negros existentes falam alemão e se sentem como bons "alemães". Cossel não era apenas um entre os 230.000 imigrantes de origem germânica que habitavam o Brasil na década de 30. Oficialmente, tinha o cargo de adido cultural da Embaixada da Alemanha, no Rio de Janeiro. Na verdade, exercia uma função estratégica: instalar e comandar, no Brasil, uma célula do Partido Nazista. Foi eficientíssimo em sua missão. Documentos que hoje se encontram nos arquivos de órgãos federais alemães mostram que a seção brasileira teve o maior número de filiados (2.822) entre as 83 células espalhadas por todo o mundo, superando países que sofreram influência direta do III Reich, como Áustria e Polônia. A autora da descoberta é a historiadora paulista Ana Maria Dietrich, atualmente na Alemanha, onde conclui uma tese de doutorado sobre o tema.



Desde 2002, a historiadora, que é pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), tem escarafunchado relatórios, fotos e ilustrações guardados no Ministério das Relações Exteriores e no Arquivo Federal da Alemanha, em Berlim, e no Instituto de Relações Exteriores, em Stuttgart. O que emerge dessa papelada é o retrato inédito da etapa brasileira do mais ambicioso plano de Hitler: a internacionalização da ideologia nazista, através do povo alemão, não importa onde ele estivesse. Dentro dessa estratégia, Von Cossel, radicado no Brasil desde o início da década de 30, tinha um papel de destaque. Segundo o Ministério das Relações Exteriores alemão, era "um dos mais afortunados e confiáveis chefes dos Landesgruppe", como ficaram conhecidas as células do Partido Nazista em outros países. Além da pesquisa documental, Ana Maria conseguiu entrevistar duas filhas do comerciante. "Elas têm a lembrança de um homem que fazia muitas viagens pelo Brasil e para a Alemanha, mantinha uma boa relação com o então presidente Getúlio Vargas e chegou a ser recebido pelo próprio Hitler", conta a historiadora, que em 2001 escreveu a tese de mestrado "A caça às suásticas – o Partido Nazista em São Paulo sob a mira da polícia política". Nesse primeiro trabalho, foram pesquisados documentos do Departamento Especializado de Ordem Política e Social, o temido Deops da ditadura Vargas. Agora, ao ter acesso a fontes originais, na Alemanha, a pesquisadora foi além. É possível não só entender como funcionava o Partido Nazista no Brasil, que chegou a estar estruturado em dezessete Estados, mas descobrir como os alemães fiéis a Hitler enxergavam o país. As peças de propaganda do departamento de imigração da Alemanha descreviam um paraíso tropical, mas os documentos trocados entre os chefes do Partido Nazista tupiniquim e o alto-comando do Führer mostram uma visão diferente. A miscigenação, característica marcante do povo brasileiro, era um insulto à política de pureza racial pregada por Hitler. Só aos alemães era permitido o ingresso no partido, e eles eram proibidos de casar com brasileiras. Os militantes também discriminavam os alemães que se dispusessem a trabalhar na lavoura com negros e judeus. Basta um trecho do relatório enviado pelo filiado Albrecht Andriessen ao Ministério das Relações Exteriores da Alemanha para ter uma noção da real opinião dos nazistas sobre o Brasil. "O solo não é nenhum Eldorado de abastança, que tudo dá. A selva é atroz. Eles (os brasileiros) assassinam nossa gente no corpo e na alma, porque os alemães são obrigados a viver junto com uma mistura de todas as raças", relata Albrecht, que encerra o documento com uma súplica: "Por favor, levem de volta os alemães, para que eles não naufraguem neste Volkstum (espírito do povo), que na verdade nada mais é do que um horrendo caldeirão das bruxas". Apesar do preconceito, o Brasil tinha uma importância estratégica para a política hitlerista. O país exercia uma atração não apenas por seu tamanho e sua população, mas pela posição geográfica. Além da possibilidade de instalação de bases militares, poderia ser uma rota de escoamento de matérias-primas e um excelente ponto de comunicação, por rádio, com a frota naval dos países do Eixo, por causa do Oceano Atlântico. Havia, ainda, o componente político. O governo de Getúlio Vargas manteve uma política pendular, ora favorável aos aliados, ora simpática à Alemanha, até 1942, quando finalmente se uniu aos Estados Unidos e à Inglaterra. Isso permitiu que, apesar de vigiado pelo Deops, o Partido Nazista do Brasil funcionasse tranqüilamente por dez anos, até a edição de uma série de decretos-leis restringindo a participação política de estrangeiros. Nesse breve período, foi quase possível, no delírio nazista, realizar o sonho de uma Alemanha tropical.


Extratos do folhetim "A quinta-coluna nas duas Américas" apresentado pelo Cônsul da Alemanha Walter Molly ao delegado de Ordem Política e Social em 1940.

Hans Henning von Cossel







FONTE: Revista Veja

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Nationalsozialistche Deustch Abeterpartei

Em uma sociedade desestruturada pela guerra, com famintos e desempregados, o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, lança sua plataforma de ação com um plano político e econômico.
Neste programa, está clara a ideia de centralização do poder, e anti-semitismo, mas também devemos levar em consideração ideias muito coerentes como a da reforma agrária, providência social, participação dos lucros e muitas outras. Nem todo projeto ou sistema é totalmente arbitrário e cruel.

O Füher
Adolf Hitler

A ideologia

O nazismo se apoia na ideia de raça sobre o conceito de Volksgemeinschaft (comunidade do povo). Quem não tinha sangue ariano, quem não tinha cosmovisão Germânica, era considerado subhomem. A comunidade ou povo é a única forma de suprimir o individualismo e chegar ao nós, onde os direitos da pessoa não contam. O que conta é a nação, com suas leis e sua moral.

Superioridade racial


O nazismo usou de uma corrente científica, a Eugenia, que estuda como melhorar geneticamente a espécie humana. Por que não aperfeiçoar o homem? Hitler percebeu que, na sociedade moderna, as pessoas menos aptas (surdos, loucos, diferentes...) tinham chances de sobreviver, pois as leis naturais que tratavam de retirar destes homens de circulação foram superadas pela tecnologia e medicina. Hitler vai querer eliminar estes sujeitos e criar seres perfeitos dentro do padrão ariano.
Hitler tenta justificar o melhoramento da classe, matando judeus e não arianos. Vai concentrar seus argumentos na superioridade da raça ariana. Esta tem de ser pura, pois, quando misturada entre as raças entra em decadência. "Observando a natureza, vemos que os animais somente se acasalam com membros de suas espécies."
(Mein Kampf)
"A pureza racial é o maior desejo, e deve-se lutar por ela, não importando os meios que sejam usados." (Adolf Hitler)
Outra temática decorrente da superioridade racial é o espaço vital. Pois, quando um povo se multiplica, precisa de um habitat físico maior, surgindo assim as guerras territoriais. Este fato vai ser pretexto para a sede nazista por novos territórios.
A mulher nazista era representada como guardiã da raça ariana. Prepará-la para a maternidade. O conhecido lema dos K - Kinder (criança), Kirche (igreja) e Kürche (cozinha).
As mulheres eram submetidas a testes para certificar sua pureza ariana, e as mais jovens eram destinadas aos membros da SS, para que gerassem filhos puros, que depois eram enviados ainda bebes à abrigos, para que crescessem e servissem ao füher (Hitler). Alguns nem chegavam a conhecer os pais.

O III Reich também desenvolveu a Ordem dos Castelos, que eram juventudes hitleristas, onde os adolescentes e ovens de mais de quatorze anos passavam o períodos depois da escola.
"Minha pedagogia é dura. O fraco deve ser eliminado, descartado. Na minha Ordem dos Castelos, a juventude crescerá para aterrorizar o mundo. Eu quero uma juventude cruel, arrogante, destemida, capaz de suportar qualquer dor. Nada de fraco ou delicado deve permanecer nesses jovens. Seus olhos devem ser os de um animal predador. Eu quero jovens bonitos e fortes. Quero treiná-los e transformá-los em grandes atletas. Quero apagar milhares de anos de domesticação humana. Eu não quero uma educação intelectual, com conhecimento. Eu prefiro que eles aprendam apenas a seguir sua intuições. Eles devem aprender a superar o medo da morte através dos mais rigorosos testes. Vivemos um momento histórico e heróico de nossa juventude." (Adolf Hitler)
Na Ordem dos Castelos os jovens não só eram treinados para se transformarem em grandes atletas, como aprendiam a venerar o füher e a morrer pela Alemanha, se preciso.

O Sistema

Para Hitler, o pluripartidarismo enfraquecia o estado, por isso afirmava que devia ser restrito uma vez que a democracia e o liberalismo enfraqueciam o sistema.

Com poderes excepcionais, Hitler acaba com todos os partidos políticos, menos o nazista, suprime os sindicatos, cessa o direito de greve, fecha todos os jornais de oposição e estabelece censura à imprensa.

Foi criada também, pelo III Reich, a Gestapo, a polícia secreta do Estado alemão, responsável por investigar e reprimir qualquer forma de oposição ao regime nazista.

Durante o Regime nazista, foram criados vários documentários, que ficavam durante meses em cartaz nos cinemas de todo o país, além de terem entradas francas, para que toda a população assistisse. Entre eles, Der Ewige Jude, Triumph des Willens (http://www.youtube.com/watch?v=HbqjroJozto&feature=related) e Opfer der Vergenheit, foram de grande destaque para a propaganda nazista. Todos com o mesmo objetivo: elevar a raça ariana acima de qualquer outra.

Em Setembro de 1935, foram criadas as Leis de Nuremberg, as quais determinavam certas regras ao judeus:

Art. 1º - 1) São proibidos os casamentos entre judeus e cidadãos de sangue alemão ou aparentado. Os casamentos celebrados apesar dessa proibição são nulos e de nenhum efeito, mesmo que tenham sido contraídos no estrangeiro para iludir a aplicação desta lei.2) Só o procurador pode propor a declaração de nulidade.

Art. 2º - As relações extra-matrimoniais entre Judeus e cidadãos de sangue alemão ou aparentado são proibidas.

Art. 3º - Os Judeus são proibidos de terem como criados em sua casa cidadãos de sangue alemão ou aparentado com menos de 45 anos.

Art. 4º - 1) Os Judeus ficam proibidos de içar a bandeira nacional do Reich e de envergarem as cores do Reich.2) Mas são autorizados a engalanarem-se com as cores judaicas.O exercício dessa autorização é protegido pelo Estado.
Art. 5º - 1) Quem infringir o artigo 1º será condenado a trabalhos forçados.3) Quem infringir os arts. 3º e 4º será condenado á prisão que poderá ir até um ano e multa, ou a uma ou outra destas duas penas.

Art. 6º - O Ministro do Interior do Reich, com o assentimento do representante do Führer e do Ministro da Justiça, publicarão as disposições jurídicas e administrativas necessárias à aplicação desta lei.

Campos de Concentração


Sob a doutrina racista do III Reich, cerca de 7,5 milhões de pessoas perderam a dignidade e a vida em campos de concentração, especialmente preparados para matar em grande escala. A política anti-semita do nazismo visou especialmente os judeus, mas não poupou também ciganos, negros, homosexuais, comunistas e doentes mentais.


Estima-se que 60% da população judaica da época em toda a Europa (6 milhões) tenha sido morta durante o regime nazista. Foram assassinados ainda 500 mil ciganos. Aproximadamente 170 mil alemães doentes incuráveis foram executados. Não há dados confiáveis a respeito do número de homosexuais, negros e comunistas mortos.


Os condenados sofriam torturas, eram obrigados a realizar trabalhos forçados e acabavam morrendo de inanição ou doença, além daqueles executados nas câmaras de gás ou queimados vivos.

O genocídio assumiu aspecto de medida higiênica.
A matança era uma missão biológica, um tributo sagrado ao sangue puro.

"Os judeus são insetos, bactérias, vermes." (Adolf Hitler)
"O anti-semitismo é como se livrar de piolhos. Eliminar piolhos é mais do que uma filosofia. É uma questão de limpeza. Desse modo, o anti-semitismo é uma medida higiênica, que fomos forçados a adotar. Logo não teremos mais piolhos. Sobraram apenas 20 mil piolhos. Logo serão extintos da Alemanha." (Himmler)

"Limpesa e saúde são as bases que formam o bem-estar do meu povo." (Adolf Hitler)