quinta-feira, 6 de novembro de 2008

A infância e a juventude do füher (até a primeira guerra mundial)

"Vocês não podem saber de onde e de que família eu venho" (Adolf Hitler para opositores políticos, 1930)

A infância do füher

Adolf Hitler nasceu dia 20 de abril de 1889, na pequena cidade de Braunau-am-Inn, perto de Linz, na província da Alta-Áustria, próximo da fronteira alemã, e que nesta época fazia parte da Áustria-Hungria.

O seu pai, Alois Hitler (1837-1903), que nascera como filho ilegítimo, era funcionário da alfândega. Até aos seus 40 anos, o pai de Hitler, Alois, usou o sobrenome da sua mãe, Schieklgruber. Em 1876, passou a empregar o nome de seu pai adotivo, Johann Georg Hiedler, cujo nome terá sido alterado para "Hitler" por erro de um escrivão. Adolf Hitler chegou a ser acusado, depois, por inimigos políticos de não ser um Hitler mas sim um Schieklgruber. A própria propaganda dos aliados fez uso desta acusação ao lançar vários panfletos sobre diversas cidades alemãs com a frase: "Heil Schieklgruber"

A mãe de Hitler, Klara Hitler ( o nome de solteira era Klara Polzl), era prima em segundo grau do seu pai. Este a trouxera para sua casa para tomar conta de seus filhos, enquanto a sua outra mulher, doente e prestes a morrer, era cuidada por outra pessoa. Depois da morte desta, Alois casou-se pela terceira vez, com Klara, depois de ter esperado meses por uma permissão especial da Igreja Católica que foi concedida exatamente quando Klara já se mostrava visivelmente grávida. No total, Klara teve seis filhos de Alois. No entanto, apenas Adolf, o segundo, e sua irmã mais nova, Paula, sobreviveram à infância.

Adolf era um rapaz inteligente, mas mal humorado. Foi reprovado duas vezes no exame de admissão à escola secundária de LInz. Ali, ele ficou cativado pelas idéias do Pan-Germanismo ministradas nas aulas do seu professor Leopold Poetsch, um Anti-semita, que influenciou fortemente as visões deste jovem rapaz.

Hitler era devotado à sua complacente mãe e presumivelmente não gostava do seu pai, que era um disciplinador estrito. No seu livro Mein Kampf, Hitler é respeitoso da figura de seu pai, mas não deixa de afirmar que teve discussões irreconciliáveis com o seu pai acerca da firme decisão de Hitler de se tornar um artista. O seu pai opôs-se firmemente a tal carreira, preferindo que Hitler se tornasse um funcionário público.

Em Janeiro de 1903, Alois Hitler morreu, e em Dezembro de 1907 a sua viúva Klara morreu de cancro.

Viena

Com 18 anos de idade, Adolf era órfão e em breve partiu para Viena, onde tinha uma vaga esperança de se tornar um artista. Ele tinha direito a um subsídio para órfãos, que acabaria por perder em 1910.

Em 1907 fez exames de admissão à academia das artes de Viena, sem êxito. Nos anos seguintes permaneceu em Viena sem um emprego fixo, vivendo inicialmente do subsídio do apoio financeiro de sua tia Johanna Pölzl, de quem recebeu herança. Chegou mesmo a pernoitar num asilo para mendigos na zona de Meidling no outono de 1909. Os outros mendigos deram-lhe a alcunha de "Ohm Krüger" (Sebastian Haffner). Teve depois a idéia de copiar postais e pintar paisagens de Viena, uma ocupação com a qual conseguiu financiar o aluguel de um apartamento, na Meldemannstrasse. Ele pintava cenas copiadas de postais e vendia-as a mercadores. Ele fazia-o simplesmente para ganhar dinheiro, e não considerava as suas pinturas uma forma de arte. Ao contrário do mito popular, ele fez uma boa vida como pintor, ganhando mais dinheiro do que se tivesse um emprego regular como empregado bancário ou professor do liceu, e tendo de trabalhar menos horas. Durante o seu tempo livre ele freqüentou a ópera de Viena, especialmente óperas da mitologia norueguesa de Richard Wagner. Também dedicou muito tempo à leitura.
Foi em Viena que Hitler começou a se mostrar como um ativo Anti-semita, uma paixão que governaria a sua vida e que foi a chave das suas ações subseqüentes. O Anti-semitismo estava profundamente enraizado na cultura católica do sul da Alemanha e na Áustria, onde Hitler cresceu. Viena tinha uma larga comunidade judaica, incluindo muitos Judeus Ortodoxos da Europa de Leste. Hitler tomou aqui contacto com os judeus ortodoxos, que ao contrário dos judeus de Linz, se distinguem pelas suas vestes. Intrigado, procurou informar-se sobre os judeus através da leitura, tendo comprado em Viena os primeiros panfletos abertamente anti-semitas que leu na vida, como ele relata em Mein Kampf. Em Viena, o Anti-semitismo tinha-se desenvolvido das suas origens religiosas numa doutrina política, promovida por pessoas como Jörg Lanz von Liebenfels, cujos panfletos Hitler leu, e políticos como Karl Lueger, o presidente da câmara de Viena, e Georg Ritter von Schönerer, que contribuiu para o aspecto racial do Anti-Semitismo. Deles, Hitler adquiriu a crença na superioridade da "Raça Ariana" que formava a base das suas visões políticas. Hitler acreditava que os judeus eram os inimigos naturais dos "Arianos" e eram responsáveis pelos problemas econômicos alemães. Como Hitler relata em Mein Kampf, foi também em Viena que tomou contato com a doutrina Marxista, tendo aprendido a lidar com a dialética deles, na discussão com marxistas, "incorporando-a para os meus fins".

Munique - Primeira Guerra Mundial



Em 1913, Hitler mudou-se para Munique para fugir ao serviço militar no exército Astro-Húngaro. O seu desejo de se afastar do império multi-étnico Austro-Húngaro e viver num país "racialmente" mais homogêneo como a Alemanha também foi um fator importante para esta decisão. Pouco depois foi preso e o exército Austríaco obrigou-o a fazer um exame físico. Foi dado como impróprio para o serviço militar e permitiram-lhe que regressasse a Munique, onde prosseguiu a sua atividade de pintor, vendendo por vezes os seus quadros pela rua. Mas em Agosto de 1914, quando a Alemanha entrou na Primeira Guerra Mundial, ele alistou-se imediatamente no exército bávaro. Serviu na França e Bélgica como mensageiro, uma posição muito perigosa, que envolvia exposição a fogo inimigo, em vez de ficar protegido numa trincheira. Foi citado duas vezes por coragem em ação. A primeira medalha que recebeu foi uma Cruz de Ferro de Segunda Classe em Dezembro de 1914. Depois, em Agosto de 1918, ele recebeu a cruz de ferro de primeira classe, uma distinção que raramente é atribuída a não oficiais. Durante a guerra, Hitler adquiriu um patriotismo alemão apaixonado, apesar de não ser cidadão Alemão. Ele ficou chocado pela capitulação da Alemanha de Novembro de 1918, acreditando que o exército alemão não tinha sido derrotado. Como muitos outros nacionalistas alemães, ele culpou os políticos civis (os "criminosos de Novembro") pela capitulação.



FONTE: passeiweb

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